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sexta-feira, outubro 28, 2005
Sobre tolerância outra vez (Se estiver farto de me ouvir falar de religião, leia só dois terços por favor)
Subitamente, a juventude apercebe-se da importância de ser tolerante. Acho magnífico. Se há algo que este mundo precisa é de mais tolerância em relação a maior parte das coisas e de tolerância zero em relação a outras. Porque está tudo ao contrário - excluímos os excluídos e damos margem de manobra a quem não devia ter (por exemplo, assaltantes deviam ser alvejados nas pernas).
Não interessa. O facto é que agora todos gostamos de ser tolerantes e fazemos questão de impor esta nossa nova discoberta aos outros. Não sei o quanto isto é realmente nobre porque, como bem sei, a directiva principal da mente da juventude (e provavelmente não só, mas é entre estes que vivo) actual é "Eu sou melhor que os outros, e vou mostrá-lo". Portanto propagandear a tolerância e dar-mo-nos como exemplo perde um pouco a beleza.
Além de que este ensinar da divina tolerância é um pouco uma treta. Não é verdadeiro ainda noutro sentido que é o de não ser completamente imparcial, como devia. Ou seja, eu posso falar mal do que eu quiser, mas a atitude tolerante só me vai ser pedida/ensinada/imposta se eu falar mal de alguma coisa que de algum modo toque o educador. Porque se a outra pessoa for igualmente racista e descriminadora quanto eu em relação a determinado aspecto, vai falar mal comigo.
Digamos que falo mal da religião. Vem um ateu e fala mal também, falamos mal os dois. Vem um religioso e diz-nos que devíamos respeitar e ser tolerantes. E de repente apetece-me falar mal de... indianos. Pois o ateu, que namora com uma indiana, vem dizer-me que não devia falar mal mas sim aceitar e tolerar. Por sua vez o religioso, que se calhar perdeu o emprego porque um indiano ficou com ele, vem falar mal do indiano comigo.
Portanto maior parte dos ensinamentos sobre tolerância que andam aí não são bem um "Sê tolerante na vida" mas um "Sê tolerante na vida com as coisas que me dizem respeito, ou em relação às quais discordamos".
Isto deriva muito da existência de uma das
grandes manias actuais do mundo jovem. Ensinar a outro o modo "como deve ser" é, não sempre mas sim em muitos casos, estar numa posição superior que o outro ainda não alcançou. É um excelente método de valorização. Não que seja sempre este o motivo, mas também não é sempre o motivo nobre de altruísmo... de facto, creio que raramente seja esse segundo.
Já que falo nisto, vou referir o tema "conversão religiosa". Duvido sempre muito de quem tenta converter os outros à sua religião. Porque ouço imensos crentes dizer que cada ateu deve, pelo menos, algum respeito em relação à religião dos outros, mas nunca pensam que as tentativas de conversão partem do príncipio que "a minha crença é que é correcta, e tu deves adoptá-la porque estás errado". Não quero dizer que os crentes são mais intolerantes que os ateus. Há de tudo para todos os lados, como tudo na vida. Mas também não aceito que não aceitem que tal como há ateus que podiam respeitar um pouco mais a fé dos crentes, também há crentes que podiam respeitar um pouco mais a não-fé dos ateus.
Agora ia acabar o post com "E não digo mais nada" mas acho isso extremamente foleiro. A meu ver, serve para dar mais alguma força à argumentação exposta. Dá a impressão de que aquilo que dissémos já chega, que é forte suficiente para se aguentar de pé e sólido face a qualquer refutação. É um simples truque de retórica, não é?
segunda-feira, outubro 24, 2005
Hoje
Hoje decidi gostar de pequenas broas de erva doce.
sábado, outubro 22, 2005
Tenho esta janela aberta há horas. Não consegui escrever nada porque hoje decidi que só escreveria algo mesmo importante.
E acho que acabei de quebrar essa promessa.
Desculpem lá.
terça-feira, outubro 18, 2005
Toda a gente gosta de um bom suicida.
sábado, outubro 15, 2005
Pensamentos profundos de pequeno-almoço
Nestes dias, como Cheerios pela manhã. Olho fixamente para a tigela inúmeras vezes.
Tenho sempre problemas em medir as quantidades de cereais e de leite. Primeiro despejo cereais na tigela e só depois o leite (penso que me dá uma maior impressão de abundância, talvez por se aproximar mais das imagens na caixa dos cereais do que se pusesse primeiro o leite e depois os cereais). E sei que quando os cereais, as pequenas argolas, começam a boiar, é boa altura para parar de despejar o leite. Nunca percebo bem porquê, mas às vezes fico com leite demais. As argolas boiam demais. Cereais demais, acontece menos.
Se não estiver muito distraído, cada colherada levará sensivelmente mais leite que cereais. Tudo em proporção, claro. Assim as quantidades na tigela aproximar-se-ão progressivamente de um eqilíbrio entre leite e argolas. Mas às vezes estou com a cabeça noutro lado ou estou a ler um rótulo qualquer (gosto de fazer isso enquanto tomo o pequeno almoço) e não me preocupo com proporções. Invariavelmente, fico com bastante mais leite que argolas. De facto, sobram algumas argolas que boiam de um lado para o outro em quase meia tigela de leite.
Gostava de escrever uma fórmula para o movimento das argolas. Há uma espécie de atracção entre elas. Quando se tocam, ficam coladas. Para as descolar, tenho que fazer uma ondulação precisa no leite com a colher. Assemelha-se ao efeito fotoeléctrico de remover electrões do átomo. E já tinha reparado nisto antes, mas com cereais Nesquik. A grande diferença é que os Nesquik, como o Chocapic, deixam chocolate no fundo dos dentes e isso suja a escova de dentes e isso é um problema porque depois não sabemos se estamos a lavar ou a re-sujar os dentes.
Bem, enfim.
terça-feira, outubro 11, 2005
Adoro dinheiro.
É verdade, adoro dinheiro. Gostava de ter imenso, mesmo muito, muito como o Bill Gates, em números tão elevados que eu não conseguisse criar uma noção de quanto dinheiro tenho. Tanto como estrelas e como o tamanho do universo.
Queria ser podre de rico. Ser tão rico que podia comprar o que quisesse quantas vezes quisesse, e mesmo depois disso olhava para o meu saldo e nem sequer tinha diminuido um dígito. Só por ser assim rico seria automaticamente odiado por alguns comunistas mas valeria a pena, claro.
Neste aspecto não sou o tipo de pessoa humilde que se contenta com um apartamento simples numa zona calma da cidade, com ter dinheiro para o que precisa e um luxo de vez em quando. Claro que vocês que estão a ler são assim, porque vocês são mega-morais e perfeitos. Mas eu não. Eu queria uma vivenda, não, um palácio, com um terreno do tamanho de Setúbal, e uma pista de aterragem para eu poder atravessar esse terreno de jacto. Ou um helicópetro! Ou os dois! Sim, os dois. Nunca se sabe com que mood acordo de manhã.
Não, não acho que o dinheiro seja o mesmo que felicidade. Mas costumo pensar que é perto suficiente. Até porque, quem é que é realmente feliz neste mundo? Ninguém (tirando quem lê o meu blogue). Portanto não há mal nenhum em chegar à felicidade pelo dinheiro. Até porque acho que o dinheiro é muito útil no que se trata de felicidade. Já sei as opiniões comuns, o amor é a felicidade, ou a auto-realização é a felicidade, ou ambos... e parece-me que sou o único que pensa que, se viver com a pessoa amada debaixo de uma ponte a ver os filhos morrer de frio e fome, não serei lá muito feliz.
A vantagem de ser podre de rico é que, quando somos atacados pelas mesmas infelicidades que os não-podres-de-ricos, podemos ir uma semana, ou um mês, ou dois, para um país qualquer e esquecer melhor o assunto. Se a minha mulher me deixar, eu prefiro ter a possibilidade de ir fazer um cruzeiro por não sei quantas ilhas exóticas. Prefiro não ter que ficar na minha casa cheia de memórias espalhadas por todo o lado, de coisas que fazíamos juntos. Nem quero repetir as mesmas rotinas e não conseguir escapar aos pensamentos. Ilhas exóticas, venham elas.
Talvez mande uma carta ao Bill Gates a pedir dinheiro só porque sim. E escrevo lá "Porque não?" que é a resposta para quando ele pensar "Porque é que lhe havia de mandar dinheiro?". Nos filmes resulta.
O melhor de ser rico, quanto a mim, não é poder ter montes de coisas. Eu, quando junto dinheiro, faço-o pelo simples prazer de o ter. De poder comprar um monte de coisas, mesmo que não compre. Gosto do poder, do potencial do meu saldo monetário. Sou daqueles que quando morrer, se possível, deixará muito dinheiro não gasto. Toda a gente me diz que não vale a pena ter dinheiro se nunca vou gastar e eu discordo: eu
gosto de o
ter, mais de que o gastar. Mais do que ter coisas caras, eu gosto de ter dinheiro que pode comprar coisas caras.
Acho que isto vai contra qualquer coisa escrita aí no meio de um post dos últimos dias. Talvez não. Se for o caso, tenho a certeza que alguém mo vai apontar.
sábado, outubro 08, 2005
RIdículo
- Sabes, em 1905 Einstei propôs a teoria da relatividade, defendendo que ao nos aproximarmos da velocidade da luz, o tempo se tornaria mais lento.
- Oh, isso é ridículo!
- Ridículo? Tu acreditas que um ser todo-poderoso, que não teve nunca início nem nunca terá fim, criou toda a existência e nos deixa à mercê do nosso livre arbítrio enquanto ao mesmo tempo cumpre os seus desígnios misteriosos que nós não entendemos porque, convinientemente,
não é suposto entendermos. Sim, claro, tens todo o direito de falar de ridículo.
sexta-feira, outubro 07, 2005
Einstein's Problem
Ok à segunda tentativa lá cheguei ao resultado.
Tentem o problema
aqui, e não acreditem na cena dos 98%.
quarta-feira, outubro 05, 2005
"Os grandes espíritos sempre encontraram uma oposição violenta por parte das mentes medíocres", escreveu Albert Einstein. Esta frase deve resumir metado do seu percurso no mundo da física académica.
terça-feira, outubro 04, 2005
Os The Strokes fazem música querida.
segunda-feira, outubro 03, 2005
Out 2005 Eclipse solar parcial
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