É verdade, adoro dinheiro. Gostava de ter imenso, mesmo muito, muito como o Bill Gates, em números tão elevados que eu não conseguisse criar uma noção de quanto dinheiro tenho. Tanto como estrelas e como o tamanho do universo.
Queria ser podre de rico. Ser tão rico que podia comprar o que quisesse quantas vezes quisesse, e mesmo depois disso olhava para o meu saldo e nem sequer tinha diminuido um dígito. Só por ser assim rico seria automaticamente odiado por alguns comunistas mas valeria a pena, claro.
Neste aspecto não sou o tipo de pessoa humilde que se contenta com um apartamento simples numa zona calma da cidade, com ter dinheiro para o que precisa e um luxo de vez em quando. Claro que vocês que estão a ler são assim, porque vocês são mega-morais e perfeitos. Mas eu não. Eu queria uma vivenda, não, um palácio, com um terreno do tamanho de Setúbal, e uma pista de aterragem para eu poder atravessar esse terreno de jacto. Ou um helicópetro! Ou os dois! Sim, os dois. Nunca se sabe com que mood acordo de manhã.
Não, não acho que o dinheiro seja o mesmo que felicidade. Mas costumo pensar que é perto suficiente. Até porque, quem é que é realmente feliz neste mundo? Ninguém (tirando quem lê o meu blogue). Portanto não há mal nenhum em chegar à felicidade pelo dinheiro. Até porque acho que o dinheiro é muito útil no que se trata de felicidade. Já sei as opiniões comuns, o amor é a felicidade, ou a auto-realização é a felicidade, ou ambos... e parece-me que sou o único que pensa que, se viver com a pessoa amada debaixo de uma ponte a ver os filhos morrer de frio e fome, não serei lá muito feliz.
A vantagem de ser podre de rico é que, quando somos atacados pelas mesmas infelicidades que os não-podres-de-ricos, podemos ir uma semana, ou um mês, ou dois, para um país qualquer e esquecer melhor o assunto. Se a minha mulher me deixar, eu prefiro ter a possibilidade de ir fazer um cruzeiro por não sei quantas ilhas exóticas. Prefiro não ter que ficar na minha casa cheia de memórias espalhadas por todo o lado, de coisas que fazíamos juntos. Nem quero repetir as mesmas rotinas e não conseguir escapar aos pensamentos. Ilhas exóticas, venham elas.
Talvez mande uma carta ao Bill Gates a pedir dinheiro só porque sim. E escrevo lá "Porque não?" que é a resposta para quando ele pensar "Porque é que lhe havia de mandar dinheiro?". Nos filmes resulta.
O melhor de ser rico, quanto a mim, não é poder ter montes de coisas. Eu, quando junto dinheiro, faço-o pelo simples prazer de o ter. De poder comprar um monte de coisas, mesmo que não compre. Gosto do poder, do potencial do meu saldo monetário. Sou daqueles que quando morrer, se possível, deixará muito dinheiro não gasto. Toda a gente me diz que não vale a pena ter dinheiro se nunca vou gastar e eu discordo: eu
gosto de o
ter, mais de que o gastar. Mais do que ter coisas caras, eu gosto de ter dinheiro que pode comprar coisas caras.
Acho que isto vai contra qualquer coisa escrita aí no meio de um post dos últimos dias. Talvez não. Se for o caso, tenho a certeza que alguém mo vai apontar.