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sábado, julho 31, 2004
Narcisos!
"Quem não gosta do que eu gosto está errado."
Toda a gente acha esta frase um exagero, uma barbaridade. Incrivelmente maior parte das pessoas é assim.
"O quê? Radiohead não é fixe? Cala-te pá, não sabes o que dizes". Não é exactamente o mesmo?
(trocar "Radiohead" pela sua banda preferida ou, se for narcisista, por uma que não goste, para melhor efeito)
sexta-feira, julho 30, 2004
YES!
Tatuar
Mais depressa tatuava o teu nome no meu coração do que no meu braço. No coração, pelo menos, é reversível.
quinta-feira, julho 29, 2004
Parabéns!
Parabéns ao
Dias Que Voam e respectivos bloguistas que já são da mobília (nos quais só me incluo lá para setembro). O
Dias é um blogue especial. É verdade, vocês não entendem. Só se percebe quando se está dentro.
quarta-feira, julho 28, 2004
Esboço
Sou um fã do incompleto, do ar sujo do esboço, do inacabado. Gosto do inacabado mesmo que iss
terça-feira, julho 27, 2004
Amor de família.
É difícil situar o amor de família na escala dos vários tipos de amor de que o ser humano é capaz, mas é certo que é diferente do amor que se tem pelo amante, pelo marido, pela namorada. Amor à família é como o amor de gato.
Quantos são os que passam semanas fora e não sentem saudade da família? Claro que gostamos deles, da mãe e do pai, da avó até, mas passadas semanas sem os ver continua a não haver qualquer urgência, qualquer saudade invasiva ou depressiva. Por outro lado, quando pequeninos, não passamos sem a mamã. Isto é fácil explicar: quando somos pequenos a mamã é necessária. Cuida de nós até conseguirmos fazer tudo sozinhos. Depois deixa de ser útil. Continuamos a gostar dela, mas deixa de ser útil. Mesmo quando a mamã ou o papá são más pessoas, nunca na vida nos esquecemos que são pais e mães. É escusado fugir ao facto de que deram tudo por nós e, por serem presenças constantes na nossa vida, nos habituamos a eles. Mas veja-se o amante ou o namorado: é uma saudade sofrida, custosa. Uma espécie de amor de cão que, mesmo vendo o dono a viver de caixotes do lixo, se mantém fiel e companheiro.
A família é portanto como um amor de gato. Os gatos não gostam dos donos, mas da casa deles. Da comida deles, das festinhas deles. Do conforto e do abrigo ao frio ou à fome. Se a casa arde e o dono fica confinado aos caixotes do lixo, o gato procura um dono mais útil. A diferença para o amor de família (humano) é neste segundo ponto. Por uma questão de hábito, ninguém deixa a família numa situação má. Tanto por hábito como por amor, mas um amor criado a partir da utilidade.
(teoria muito provavelmente errada, facilmente refutável, e eu sei disso)
Advisory
Este post contém
MATURE CONTENT, dado que requer maturidade para ser escrito. Uma criança não o faria.
domingo, julho 18, 2004
Máquina de depressões
"Eu sou as minhas recordações, e portanto, o que não recordo não sou eu."
Quando era criança, arrastava as torradas ao longo de todo o chão da cozinha. Seguidamente, não hesitava em comê-las. Recordo isto com ternura, a ternura com que recordo provavelmente toda a minha infância que ainda não se perdeu no desgaste da memória. Para além disso, é a mesma ternura que nutro por toda a infância que já não consigo recordar. Igualmente, não só tenho saudades de toda a infância que recordo como tenho saudades daquela que não recordo. Tenho saudades da infância, ponto final.
Cresci, entretanto. Porém, não sei se crescer é um sinónimo de mudar ou se de alguma forma o primeiro conceito implica o segundo. Não sei se nalgum momento deixámos de ser crianças. Olho para mim e sei que não. Lembro-me das torradas no chão da cozinha, reconheço que ainda o sou. Reprimido, sim. Preso, sim. Com o mesmo impulso, sim. Diferente? Não. Mas olho à volta e parece-me que sim, que as pessoas crescem e que algures nesse processo elas mudam. Algures nesse processo, cedem ao enterro cruel de uma criança viva, amputam de si as leis que num contexto foram livres e agora seriam loucas. Isto de facto acontece. A prova é eu, face a esta situação, após ter escrito isto, sentir que talvez o mundo não funcionasse de outro modo.
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Carros no semáforo
As pessoas param no semáforo, vermelho, olham para ele até ficar verde. Todas as pessoas sem excepção. Ao cimo da minha rua, no carro, apontam a cara para o semáforo e esperam que se acenda a luz verde. Aquele semáforo já viu esta cena centenas, milhares, milhões de vezes. Vê todos os dias este movimento que toda a gente faz e que já está marcado no ar. Todos fazem. Sem excepção.
sábado, julho 17, 2004
Admita-se:
sexta-feira, julho 16, 2004
Estrela?
Será que existe alguém no mundo indeciso e apaixonado por 5 pessoas?
quarta-feira, julho 14, 2004
Vivo num mundo onde cada um tem a possibilidade ser o que quer. Fantástico.
Neste momento
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terça-feira, julho 13, 2004
Manhã
Há muitos dias que eu não via o sol da manhã bater na minha janela, há muitos dias que ao acordar já ela repousava à sombra. Quase me esqueci que existe a manhã.
segunda-feira, julho 12, 2004
Rita
A Rita é uma ex-amiga, uma actual conhecida. Não sei bem o que a Rita é, mas a Rita é muito simpática. É alta, é da altura em que estudei no liceu e era a amiga de uma minha amiga antes de ser amiga minha. Enfim, amiga amiga não posso dizer que alguma vez foi. No máximo, em potência. Mas o que interessa é que, como não era minha amiga no total sentido da palavra (porque desses que justificam a definição da palavra temos sempre poucos, e é também gradualmente que nos apercebemos disto, infelizmente), e como mudei tanto de escola como de cidade, nunca mais vi a Rita. Não é que isto seja mau, a Rita era só uma amiga de uma amiga, não me deu propriamente saudades nem me passou pela cabeça durante longos meses. Mas um dia encontrei-a nessa segunda cidade para onde fui e, pelos vistos, tínhamos uma pessoa em comum que, sendo um quase amigo meu, era um familiar dela. Foi giro, a Rita é uma pessoa que sempre gostei de ver porque, como disse, é extremamente simpática. Não só no que diz mas no como diz, no como está e na expressão que faz quando me vê. Há pessoas definitivamente boas de encontrar. Escrevo isto porque encontrei a Rita no caminho para comprar pão e, como sempre, gostei de a encontrar. Voltou a ser simpática. Mas estava sentada numa mesa com mais duas senhoras e decidi não parar nem dar-me aos beijinhos. Afinal estava acompanhada, em plena conversa, sentada e eu de pé, não pareceu muito propositado nem funcional que eu parasse ali e lhe desse dois beijinhos sabendo perfeitamente que não tinha nada de relevante para dizer (como ela provavelmente não teria nada de relevante para me dizer a mim). Além de que teria que olhar directamente para as outras duas senhoras que estavam com ela, teria que emitir qualquer sinal de "boa tarde" ou "olá", uma coisa assim atrofiada entre o gesto e a palavra e o sorriso falso. E depois teria que ter toda a conversa de ocasião com a Rita em frente a essas duas pessoas. Conversa de ocasião é mau, seu sei. Mas com a Rita não. Com ela é agradável, deixa-me um sorriso na cara e vontade de a encontrar mais uma vez um dia mesmo que não passemos dessa conversa de ocasião. A Rita é uma pessoa que me dá vontade de ser simpático com. Talvez lhe tivesse dito "Não queres vir ao cinema logo à noite?" porque de facto vou e vou ver um filme bom que tenho a certeza que ela gostaria. Eu não a conheço nem sei de que filmes a Rita gosta, mas acontece que
aquele é mesmo bom. Infelizmente, convidar a Rita para ir comigo ao cinema (e com
outro amigo que também foi comigo, e que apanharia uma surpresa porque não saberia de nada. De facto, deve estar a aperceber-se disso agora enquanto lê o blog) implicava que ela pensasse que eu estava talvez tentar ganhar o interesse dela em mim. Não sei porque é que ela pensaria isso mas é um facto que é realmente esse tipo de coisas que as pessoas pensam. E eu não quero que a Rita pense isso. A Rita é uma pessoa realmente simpática que eu gosto muito de encontrar. E garanto-vos: eu não gosto lá muito de encontrar pessoas conhecidas.
Não sei se a Rita tem um blog. Eu não a vejo tendo um. Eu não a vejo dedicada a estas coisas e tenho a certeza que não virá ler este. A Rita nunca saberá que estive aqui a escrever publicamente sobre ela. Faz-me pensar no motivo de ter escrito.
domingo, julho 11, 2004
Pensamento do dia (3)
Há que sustentar o mal para que este possa ser controlado, mantendo assim a estabilidade do mundo.
sábado, julho 10, 2004
Pensamento do dia (2)
Ninguém sabe, mas ser parvo é tão importante como ser inteligente.
sexta-feira, julho 09, 2004
Pensamento do dia
Esta vida não me serve. Não sei se é grande ou pequena demais para mim. Sei apenas que não é o meu número, além de que me fica definitivamente mal.
quarta-feira, julho 07, 2004
Sobre escolha.
Não há tal coisa na vida como aquilo a que chamamos escolha. Não há nada disso de opção. Eu vou escolher exactamente aquilo que vou escolher, e não o saberei até ao momento em que tiver escolhido e for tarde demais para que possa escolher qualquer outra coisa.
E não acaba assim. Eu vivo, qual foi a escolha? Eu sou e envelheço, que outra opção? E sei bem que vivo a vida como quero (sim, porque é este argumento que ouviria, independentemente de ter escrito aquele primeiro parágrafo), pelos caminhos que escolho nas decisões que faço. E sei que morro, que não escolho mas morro ainda assim. E que essa obrigatoriedade me espera e anula toda a vida que construí sobre as minhas escolhas.
Se a vida é feita de escolhas, de um plano exterior e afastado não é uma escolha. Nem quando a tenho sem a ter escolhido, nem quando a quero e a perco.
terça-feira, julho 06, 2004
Vida injusta
"A vida não é justa" é uma afirmação demasiado permissiva. Isto porque abre caminho à injustiça e justifica/desculpabiliza actos que não deviam ser tolerados. Especialmente por quem os faz porque, geralmente, quem os sofre não se pode dar a esse luxo.
Life isn't fair, is it? You see I, I will never be king. And you shall never see the light of another day.
Scar, para um rato que apanha. Em O Rei Leão
sábado, julho 03, 2004
Por respeito às pessoas interessantes: calem-me!
A dado ponto apercebo-me de quanto fútil e irrelevante é maior parte de tudo o que digo ao longo do dia. A voz é, definitivamente, um privilégio que eu não justifico.
sexta-feira, julho 02, 2004
Hum... (2)
Lá está o prédio amarelo e verde. Agora já está coberto de sombra. A noite é amarela-de-postes.
Hum...
O meu quarto está um nojo. Caótico, desarrumado. É hora de mudar de casa.
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