É divertido re-ler, já disse isto. Como faz hoje exactamente um ano desde a publicação do primeiro post, decidi re-ler todo o blogue desde esse mesmo primeiro post.
Antes de mais, deu para confirmar alguns dos
estudos sobre a minha memória. Gostei também de ver que não há nenhum texto com o qual agora discorde completamente. Isto, porém, não é sinal de coerência: há textos que se contradizem muito entre si, não faltam opiniões opostas. Quando digo que não discordo de nada do que escrevi durante um ano, significa também que continuo a ter todas as opiniões contrárias que escrevi. Tanto
adoro o mundo como o
detesto. Todos os dias.
Não discordando de nada, há ainda
certas coisas com que concordo ainda mais. Quase sempre coisas que ninguém ligou muito porque as pessoas serão sempre pessoas. De
outras coisas, estou consideravelmente mais convicto do que estava quando as escrevi. Mas cada vez mais. Afinal, há sempre coisas que existem acima da linha do tempo, onde os dias repousam.
Certos momentos parecem invadir-nos durante toda a vida.
Muito giro é também ver como, embora separados pelo tempo,
muitos textos se cruzam. Mais do que qualquer texto isolado, esses conjuntos, para os mais atentos, são
pistas de quem somos.
A 25 de Janeiro uma amiga minha fez anos e eu criei o blog
Silêncio. Estes dois eventos não se relacionam de outro modo para além da data comum.
Há vários posts favoritos. Alguns porque me fazem
rir, outros achei-os simplesmente...
originais. Outros foram
confissões coerentes e sinceras. Outros foram
ainda mais sinceros, e era capaz de os publicar repetidamente durante dias e dias... ou por no topo do blogue como cartão de visita.
É divertido re-ler. Tirando isso, não há qualquer importância no dia em que o blogue faz um ano. Não me arrepender de nada do que escrevi pode tanto ser bom como mau. Afinal, lamentarmos o passado é muitas vezes um sinal de evolução.
Mais uma vez, não sei como acabar um post. Portanto acaba assim.