Duvido que haja alguém que ache feia uma aurora (
borealis, australialis, qualquer uma). Ou pelo menos que haja alguém que se importasse de ver uma. É bonito e estamos habituados a ver este céu nocturno sem graça, negro negro negro comp ontos brancos. E a Lua, aquela bola enorme. Já vemos isso desde que nascemos. Queremos é uma aurora.
Se a Terra não tivesse campo magnético, poderíamos ver auroras muito frequentemente. Nalguns pontos do planeta até quase todas as noites. Sim, isso seria fantástico. Noites românticas e coisas do género.
E os nossos filhos, com as suas micromáquinas fotográficas digitais instaladas na retina e ligadas a uma
hard drive de muitos gigas que terão no cérebro (entrada USB e wireless), os nossos filhos que verão auroras todos os dias desde o maldito dia em que nasceram, vão tirar centenas de fotografias retinais cada vez que não acontecer uma aurora e se possa ver o céu negro negro negro cheio de pontos brancos, e aquela bola enorme que é a Lua. E vão por essas fotografias num photoblog a que acedem mentalmente por um derivado avançado das nossas actuais ligações por satélite. E vão pensar que as fotografias são o máximo. Bom, certas coisas nunca mudam, claro.
O importante é que, por terem auroras a brilhar diariamente no céu, ansiariam por ver o céu "regular".
A beleza das coisas é relativa. Não se olha e se percebe igualmente em todas as ocasiões. Os factores são muitos. As pessoas são um deles. Se somos capazes de entender que sem o feio ou o regular não conseguríamos apreciar o belo e único, temos que entender que o mundo é perfeito. De uma maneira implícita, atrás de um olhar activo. É uma conclusão racional. Se isso não satisfaz a busca pela perfeição, é outro problema, claro. Com outros factores.
Gosto daqueles videos que se passarm em
reverse mas os cantores cantam no sentido certo. Gosto de imaginar como foi terem que aprender a música em
reverse. Toda.