Porque é que estão aqui a ler isto?
Antes de qualquer motivação que tenham, estão aqui a ler isto porque eu estou acordado e a escrever. Na realidade, estou acordado 2 horas antes da suposta hora de acordar porque os
cabrões dos meus vizinhos de cima estão em obras e estão neste momento a martelar o meu tecto.
Reparo que não interessa que raio de obra se faz. Quando estamos a dormir,
há sempre, sempre, sempre marteladas. Se estão a pregar quadros, há marteladas. Se estão a deitar abaixo uma parede, há marteladas. Mas se estão a pintar a sala, há marteladas. Se estiverem a por uma torneira nova, há marteladas. Não percebo, mas arranjam sempre maneira de encaixar a martelada no procedimento.
E nunca é martelada ritmada. Porque é que,
em toda uma vida, em todos os mínimos e imensuráveis momentos de uma vida, não há um único em que as marteladas têm um ritmo suportável!? Não há nenhum homem das obras em todo o mundo com um pouco de noção de ritmo?
E agora que acabaram as marteladas lá em cima, a minha mãe entra em casa com um canalizador que se pôs a trabalhar na cozinha. Ok, a canalização da cozinha está toda entupida, mas é preciso dar MARTELADAS? Onde, já agora? Nos canos? Não haverá uma maneira menos primitiva de obrar seja o que for em casa senão à pancada do martelo?
Há momentos em que acredito que o mundo me faz estas coisas de propósito.