Rufus Wainwright: é um querido. E acho que nem toda a gente ligou muito a isso.
Começando pelo fim, soube muito a pouco e tive pena. Pena que não fosse público para ele, pena que ao longo de todo a (pequena) actuação se tivessem ouvido a conversa de fundo da multidão pouco interessada, pena pela selecção das músicas que não foi a melhor, pena que ele não tivesse falado tanto como na Aula Magna... e mais: tenho pena que ele tenha que levar com um público que maioritariamente não está ali para ele durante o resto da tour. Até tive pena que o palco estivesse tão cheio de instrumentos, tão feio. No fundo, é uma questão de compaixão pelo artista. Não pôde dar tudo o que consegue nem teve a atenção que, enquanto fenómeno admirável, merece. Tive pena.
Tive pena que não tivesse trazido um exército de músicos e instrumentos com ele. Ou isso ou sozinho, pareceu ficar muito a desejar com aquela formação simples de banda comum. E o baterista nem se via. Juro que no início pensei "de onde vem o som da bateria"?
Mas ele é sempre um querido. Fiquei cheio de pena. Soube-me a pouco, e fiquei
mesmo cheio de pena. E acho que quem o viu na Aula Magna percebe.
Ah yah e depois foi Keane.
Kidding.
Resumindo Keane: muita pose, mas hey!, parece que isso puxa pelas pessoas - os olhares e o punho no ar e... tudo o resto que ele faz.
Dois dias antes tinha visto um concerto na 2 e achei-o terrivelmente desafinado. De modo que quando ele anunciou a
She Has No Time tremi de medo. Felizmente, o som estava altíssimo, alto demais, e não deu para perceber qualquer desafino. O que não quer dizer nada pois hoje, na SIC Radical, no pequeno excerto do concerto que passaram no CC, deu para perceber que os desafinos estiveram lá. Só que muito (e muito bem, consequentemente) abafados pelos décibeis extras que todo o som tinha.
Gostei de ouvir os singles. Ou talvez não, porque depois de ouvir bem o álbum já não sabia bem quais eram os singles e quais não eram. E como as pessoas até sabiam bastantes músicas, qualquer uma delas podia ser um single. Sim, porque pelo início era dificílimo distinguí-las. Nunca num concerto tinha pensado (mais que uma vez, até) "já não tocaram esta?". Mesmo naquelas que ele anunciou como inéditas. Enfim. Isto foi Keane. E apesar de tudo gostei. Teve
feeling.
Foi um bom concerto para fechar Rufus Wainwright. :)