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segunda-feira, dezembro 20, 2004

 

Relembrar

Nunca percebi o porquê de tanta exigência em almoçarmos e jantarmos todos juntos. Éramos seis à mesa nas horas das refeições mas, desde que me lembro, comemos sempre sozinhos. Então porquê a queixa rotineira de não estarmos todos presentes? Para quê o desejo da companhia uns dos outros se já havíamos passado o ponto em que as nossas presenças tinham mais de solidão que de companheirismo? Acho que, no final, todas estas formalidades vazias são tudo aquilo que têm para se agarrar. Deixaram a vida escoar-se para fora dos vossos corpos e agora só os corpos restam. E os corpos sozinhos não justificam rituais criados para representar uma alma, mas tu agarras-te a eles como um vestígio de doçura que pensas encontrar algures perdido nos angulos rectos da tua vida.
Éramos seis mas eu sempre vivi sozinho. Era mau mas eu sentia-o. Na vossa tristeza maquinada, acho que nem a solidão vos fazia vibrar.

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