Numa sessão de late night zapping, passei uma noite por um documentário sobre Michael Jackson que, obviamente, falava das várias operações plásticas do artista e mostrava o seu aspecto em diferentes épocas da sua vida. Devo dizer: eram horríveis. E eu, sentado na cama, experimentei distintos impulsos imediatos que variaram do nojo ao susto. Infelizmente sou muito impressionável com o visual, seja este percepcionado ou imaginado - há imagens que imagino e me assustam mais que qualquer filme. Ao deitar-me nessa noite, a imagem de Jackson não me saía da cabeça. No momento em que apaguei a luz (já deitado na almofada) a imagem da face dele ocupava-me tanto a mente como outras personagens que vi em filmes de terror, caracterizadas com o único intuito de assustar. Foi ridículo, mas verdade que naquele momento, ali deitado no meio do escuro, tive medo do Michael Jackson! Medo do Michael Jackson! A primeira vez que disse estas palavras para mim mesmo pensei no quanto se iam rir amigos meus quando lhes confessasse tudo isto no dia seguinte.
Não precisei de imaginar Jackson a fazer um som arrepiante ou qualquer coisa que fazem as personagens assustadores dos filmes de terror (agarrar-me ou esfaquear-me, por exemplo). Não, imaginar Michael Jackson parado, de pé no meu quarto, escondido no escuro e pronto para se revelar com aquela face no momento em que ligasse a luz, era suficiente para já eu estar com a cabeça enterrada no cobertor.
É ridículo, eu sei. Mas entendam-me. Olhem por exemplo,
neste site, a sequência das várias aparências do artista, e digam-me que é impossível alguém se sentir assustado.
Este post derivou da leitura do blogue Substrato