Um bar movimentado, som de garrafas a bater na mesa, garrafas a tilintarem umas contra outras nas mãos de empregados sorridentes, vidro no vidro. Som constante e quase monótono de pessoas em conversas variadas que se fundem numa só. Som de bar, de bebida, de noite. Música e cadeiras, ritmo e mesas, as roupas da noite, os movimentos sociais e os movimentos de dança, tudo conjunto e sincronizado ? noite de bar, noite de noite. É o cenário que estala no anúncio logo à partida. Depois observa-se uma mesa em especial onde uma mulher de estatura fashion e normalíssima derrota, num encontro de braço-de-ferro, um homem de uma potência muscular que não passa despercebida ao espectador. O derrotado sai da mesa e entra o homem bem vestido com um ligeiro ar de russo e que foi recentemente admitido como empregado. De facto, quando se dirige para a mesa para provar a sua virilidade à mulher que continua a fazer rodar os homens, a destroçar as suas masculinidades num confronto braço vs. braço disputado num tampo de mesa viscoso e peganhento de cervejas entornadas, carrega ainda o tabuleiro suspenso vigorosamente em três dedos de um braço elevado à altura da cabeça, com a segurança de quem o faz desde que nasceu. Deixa o tabuleiro algures e senta-se à mesa. Os cotovelos embateram na mesa, cruzaram forças e suor, e para não variar, não é mais que um homem derrotado pela mulher que julgava geneticamente menos capacitada. Foi um episódio de humilhação que despoleta nele um tsunami de raiva e ira, uma energia que flui nos seus músculos, um impulso espontâneo e incontrolável que desperta nele a potência para arrasar com duas dezenas de homens, uma animalidade que ele controla com um simples... "Bacardi cola?". Uma sugestão, um convite que dirige ao próprio inimigo que seria capaz de mutilar.
A imagem do bar barulhento e animado desaparece e dá lugar a um ecrã preto onde uma garrafa e letras em forma de slogan anunciam a bebida.
É assim. Bacardi Cola. A solução para o conflito, para qualquer conflito. No fim deste anúncio, eu sabia que Bacardi Cola era a solução para tudo o que até aqui permaneceu irresolvido na minha vida. A minha raiva, as minhas frustrações, tudo. Nada na vida há que não se resolva com um Bacardi Cola partilhado com amigos ou o pior dos nossos inimigos. Bacardi Cola por cima de toda a possível desgraça que uma vida pode oferecer. Se o homem com ligeiro aspecto de russo conseguiu, porque não conseguirei eu também?